O Método de Ovulação BillingsTM um modo natural para conseguir ou adiar uma gestação. O
princípio do método é o conhecimento da fisiologia do sistema reprodutor
feminino, consistindo na observação diária do muco produzido pela ação estrógeno
na cérvix (colo do útero).
É um método científico que teve seu estudo iniciado na década de 1950.
Na ocasião, o Dr. John Billings, neurologista de Melbourne (Austrália), foi
procurado por um padre (Pe. Maurice Catarinich) para que ele pudesse indicar um
método de planejamento natural eficaz para casais de sua paróquia que, com a segunda guerra
mundial, desejavam espaçar as gestações (os outros métodos – tabelinha e o da
temperatura – já não atendiam suas necessidades). Mesmo não sendo sua
especialidade, Dr. Billings aceitou o pedido do amigo e pediu três meses para
que pudesse obter algumas informações. Durante esse período, buscou em diversas
literaturas médicas, em busca de algo diferente do outros métodos naturais até
então utilizados. Ele encontrou um estudo do ano de 1855, descreve que a gravidez
tinha maior possibilidade de acontecer quando a cérvix (parte do colo uterino)
produzia um muco “na condição mais fluida”. Outro estudo, de 1933, afirmava que
o muco cervical mais fluído, tinha uma relação com o ápice da produção de
estrógeno pela mulher. Deste modo, que era para durar três meses, tornou-se uma
vida inteira de estudos pelo Dr. John.
Em 1953, ele contou com a colaboração de centenas de mulheres que se
observaram diariamente e constatou que a sensação que o muco causava e sua
aparência descrita pelas mulheres, coincidiam com o período fértil delas.
Em 1962, John Billings pediu para um endocrinologista da Universidade
de Melbourne, o Dr. James Brown, uma investigação a fim de relacionar com
exatidão as observações das mulheres quanto ao fluxo mucoso cervical e as
características atividades hormonal ovarianas, próprias da ovulação. Analisaram-se
centenas de ciclos de mulheres em todas as fases reprodutivas. Até o ano de
1964, os investigadores estavam convencidos de que as observações das mulheres
quanto às características típicas do fluxo mucoso cervical identificavam sua
fertilidade com tanta exatidão quanto os sofisticados exames de laboratório.
Em 1970, o método passa a ser validado cientificamente, passando a ser
chamado de Método de Ovulação Billings, com eficácia garantida, inicialmente,
de 97% (hoje essa porcentagem chega aos 99%).
“Estudo randomizado, realizado em mulheres usuárias do Método da
Ovulação Billings (MOB), em vários países de diversos continentes, contribuiu
para o abandono do uso de medidas de temperatura e de cálculos de ritmo
associados ao MOB, comparando-o favoravelmente com a eficácia de métodos anticoncepcionais
conhecidos, como a pílula e o Dispositivo Intrauterino (DIU)” (MAGALHÃES et
al., 2013, p. 486).
Referências
BILLINGS, E.L.; WESTMORE, A. O método Billings, controle de fertilidade sem drogas e sem dispositivos artificiais. 12. ed. São Paulo: Paulus; 2007. p. 217-30.
MAGALHÃES, A.C. et al. Vivência da mulher na escolha do Método de Ovulação Billings. Revista Brasileira de Enfermagem, 2013: v. 66, n. 4, p. 485-492.
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